quinta-feira, 2 de maio de 2013

ACIDENTE: ORFÃOS PRESOS PELA DOR, DUAS VEZES


O Dia das Mães se aproxima e os dois filhos de Francisca de Sousa da Silva não poderão homenageá-la como planejam este ano. Faltando exatos 15 dias para o Dia das Mães, comemorado do segundo domingo de maio, o jovem de 19 anos e o irmão mais novo, de apenas 12, receberam a triste notícia. A mãe, que voltava com o marido, padrasto dos meninos, da chácara da família, morreu em um acidente na Avenida Pedro Neiva de Santana, quando a motocicleta do casal foi colhida por trás por um carro que transportava uma moto que acabará de participar de um enduro na vizinha cidade de João Lisboa-MA. Ela morreu na hora, sem tempo de abraçar os filhos pela última vez. O marido, continua internado em estado grave na UTI de um hospital em Imperatriz.

O condutor do veículo atropelador fugiu do local. Mais um agravante. Enquanto polícia e populares o seguiam, o amigo dele, cúmplice do acontecido, escondeu uma garrafa de bebida que estava dentro do carro. A cena foi presenciada. Em poucos minutos, quem escondeu a bebida estava detido junto com o condutor do carro que atropelou e matou dona Francisca. A justiça parecia que tinha dado uma resposta rápida ao carro. Parecia. Horas depois, os filhos choravam a morte trágica da mãe, o rapaz que escondeu a garrafa com bebida foi liberado, e para doer duas vezes na família enlutada, que conduzia o carro na hora do acidente foi liberado também, por volta das 5h40 da manhã do dia seguinte, pela porta da frente da delegacia, de cabeça erguida, sem ninguém ver.

A justiça ouviu o motorista envolvido no acidente, analisou e o manteve seguro por aproximadamente 15 horas. Ao caso foi atribuído o crime de homicídio culposo. Embora a palavra possa confundir, mas o culposo aplicado no termo, justifica que não houve intenção de matar. Foi o que a justiça entendeu.  Além de uma dor, duas: uma pela falta eterna da mãe. E a  outra?